5 boas razões para desistir de seu telefone pelo menos 2 horas antes de dormir
Se você ficou ao telefone o dia todo, é melhor deixá-lo de lado à noite e substituí-lo por um livro ou meditação. Aqui está o porquê.
Em tempos de distanciamento social, a tecnologia é particularmente útil para nos encontrarmos virtualmente, seja por videoconferência ou até por telefone, enquanto limita nosso contato com o mundo exterior – o que é fundamental para nossa saúde mental.
Mas se o seu celular se tornou recentemente o seu melhor amigo, saiba que seria melhor começar a repensar essa relação: smartphones, direta ou indiretamente, podem ser responsáveis pela deterioração da qualidade do sono, aumento do estresse, aparecimento de manchas e rugas na pele e também causam dor nos dedos. A seguir, médicos de várias especialidades explicam por que você deve deixar o celular de lado pelo menos duas horas antes de dormir e começar novas atividades:
O celular atrapalha seu sono
O uso de tecnologia é considerado um dos principais problemas que podem afetar o sono de muitas pessoas. Cerca de 90% da população afirma usar seu telefone celular, televisão ou outro dispositivo eletrônico até adormecer. “Esses dispositivos também emitem luz azul, e é essa luz que diz ao nosso cérebro para acordar e estar alerta pela manhã. Mas o problema é ainda pior no caso do celular, porque é o mais próximo do rosto. Assim, o uso desse aparelho pode causar insônia ou piorar a qualidade do sono ”, explica Dr. Mário Farinazzo .
“Para dormir bem, fique longe de aparelhos como celular, computador e televisão antes de dormir e também prefira refeições mais leves à noite”, explica a ginecologista Ana Carolina Lúcio Pereira .
Também pode aumentar o seu estresse
Segundo o Dr. Mário , durante o dia acumulamos pensamentos e temos a liberação hormonal de cortisol. “E, à noite, que é, em tese, quando deveríamos descansar, vivenciamos um pico de ansiedade causado por essas mudanças de rotina devido ao isolamento, pois só tivemos um dia equilibrado e não conseguimos processar todas as informações no caminho certo. Como resultado, muitas pessoas muitas vezes não conseguem dormir à noite ”, explica o médico.
O problema é que o celular pode agravar muito esse processo, porque – mesmo que você use para distração, é difícil ficar longe das redes sociais. E agora somos bombardeados com informações sobre a Covid-19. “Não é uma forma eficaz de relaxar antes de dormir. Até porque, muitas vezes, o que vemos nas notícias pode nos causar ansiedade ou estresse, mesmo antes de dormir, quando tentamos ir mais devagar e relaxar ”, explica a médica Ana Carolina Lúcio Pereira .
A luz azul também causa manchas
Como se não bastasse causar problemas de sono e aumentar o estresse, o celular também está ligado a problemas estéticos. O primeiro é a mancha. “A exposição diária excessiva a computadores e telefones celulares, por exemplo, pode levar a danos como contribuir para o envelhecimento da pele, devido à radiação emitida, além de auxiliar no aparecimento de manchas. Estamos cada vez mais expostos ao que se chama de envelhecimento digital, ou mesmo envelhecimento 3C – cidades, computadores e comunicação sem fio ”, afirma Isabel Luiza Piatti .
Segundo a dermatologista Dra. Claudia Marçal , integrante da Sociedade Brasileira de Dermatologia e da Academia Americana de Dermatologia , a luz azul que vem de smartphones, tablets e computadores é considerada a parte mais energética da luz visível e está ligada a diversas patologias como como melasma, envelhecimento e câncer de pele.
“Mesmo não sendo um conceito novo, é preciso ressaltar que a luz visível continua sendo um perigo. Presente no nosso dia a dia, é capaz de promover uma imagem de eritema subcutâneo a médio e longo prazo, mas já suficiente para gerar a presença de células causadoras de queimaduras solares (ou células que sofreram alterações significativas pela radiação. Ultravioleta, com degeneração das suas DNA, e acentuam a possibilidade de câncer). A luz visível atua estimulando a melanogênese, resultando em manchas ”, explica a médica. Portanto, se você tiver que trabalhar com o telefone o dia todo, use protetor solar. À noite, é a hora perfeita para esquecer que seu smartphone existe!
Cuidado com as rugas das mensagens de texto
Você conhece as rugas das mensagens de texto? O termo “pescoço de texto” apareceu na imprensa especializada norte-americana e se tornou uma das novas preocupações globais em cuidados com a pele. De fato, o constante dobramento da pele do pescoço causado por movimentos repetitivos ao olhar para o celular tem aumentado a demanda por tratamentos preventivos e corretivos para linhas finas e rugas no pescoço.
“Inclinar frequentemente a cabeça para baixo para olhar um telefone celular, tablet ou outro dispositivo acelera o processo de envelhecimento no pescoço e isso foi até mencionado em um estudo da Universidade Chung-Ang, na Coréia, do Sul sobre uma nova técnica de rejuvenescimento. O artigo mostra que mulheres a partir de 29 anos já apresentam dobras nessa região, mas devem aparecer naturalmente a partir dos 40 anos ”, explica a dermatologista.
“O estudo descobriu que recentemente o número de pacientes com rugas no pescoço aumentou. Além disso, um número crescente de pacientes jovens sofre dessa condição, possivelmente devido ao efeito da postura que adotam ao olhar para baixo ao usar smartphones ou outros dispositivos. Esses movimentos repetitivos formam sulcos, como se fossem “coleiras cervicais” nessa região ”, explica a Dra. Claudia Marçal .
Suas mãos e dedos precisam de uma pausa
Hoje em dia, é comum observar pessoas que quase nunca deixam seus telefones celulares e passam o dia digitando e mandando mensagens de texto. Porém, muitos desconhecem que esse hábito de sempre realizar o mesmo movimento com os dedos para digitar, ou mesmo segurar o aparelho constantemente com uma das mãos, pode levar ao desenvolvimento de uma série de problemas.
Estudo realizado pela Universidade de Gotemburgo , na Suécia, indica que o polegar é uma das áreas mais sensíveis, devido aos movimentos altamente repetitivos, que foram identificados como um potencial fator de risco para distúrbios musculoesqueléticos. O uso de telefones celulares. A repetição excessiva de um mesmo movimento pode causar um efeito inflamatório e, posteriormente, ter um efeito degenerativo nas articulações e tendões daquela região. De acordo com a angiologista Dra. Aline Lamaita, membro da Academia Americana de Medicina do Estilo de Vida , o melhor a fazer é não apenas alongar a área afetada, mas também estimular a circulação.
Então, o que fazer à noite para preencher essas horas gastas no celular? O truque é substituir a tecnologia por atividades verdadeiramente relaxantes. “Experimente ler ou meditar, principalmente nos horários em que costuma dormir antes do confinamento”, diz o Dr. Mário. Outros rituais podem ajudar, como tomar banho, acender uma vela ou aplicar hidratantes e produtos com aromas calmantes, como lavanda e sândalo.
Outro caminho a ser usado é o das práticas de meditação e, de maneira mais geral, bons hábitos a serem adotados. “Mindfullness, por exemplo, significa viver em plena consciência, ou seja, poder vivenciar plenamente cada momento, mesmo os mais simples, com todas as suas características emocionais e sensoriais, sem distrações. A plena atenção pode ser usada por qualquer pessoa que queira iniciar uma prática de meditação, mas não sabe por onde começar. Esta prática está ligada à gestão do estresse, melhorando a concentração e melhorando a produtividade ”, conclui a Dra. Aline.
Matéria originalmente publicada no Site Revista L’Officiel em Marrocos: