Novembro azul: vamos superar a barreira cultural e prevenir o câncer de próstata
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Novembro azul: vamos superar a barreira cultural e prevenir o câncer de próstata

A necessidade premente de campanha para incentivar os homens a realizarem exames para a prevenção de câncer de próstata deve-se ao fator cultural, no qual o homem, diferentemente da mulher, não está propenso a realizar prevenção. “A mulher é incentivada, após o primeiro fluxo menstrual (menarca), a iniciar acompanhamento regular com um ginecologista”. Essa observação é do médico e pesquisador do grupo de Urologia Oncológica da Escola Paulista de Medicina da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), Prof. Dr. Marcus Vinicius Sadi*. Então, assim como a “Campanha Outubro Rosa” para as mulheres, que incentiva a prevenção do câncer de mama, o “Novembro Azul” é a ação que visa alertar os homens para se prevenir do câncer de próstata, os incentivando a viver mais e melhor se fizerem os exames regularmente.

Entretanto, muitas vezes o preconceito entre os homens em fazer o exame de toque retal os afasta deste tipo de consulta e isso coloca suas vidas em risco. Não tenham vergonha de seu corpo, realize os exames periodicamente, isso salva vidas.

Para entender melhor a importância da “Campanha Novembro Azul”, entrevistamos o Prof. Dr. Marcus Vinicius Sadi, que revela dados relevantes e adverte sobre a importância de os homens aderirem a campanha. Confira abaixo:

– Qual a incidência da doença no Brasil?
Marcus Vinicius Sadi : O Câncer de Próstata é a neoplasia sólida mais frequente nos homens, excetuando-se as neoplasias de pele não melanoma, com aproximadamente 68 mil novos casos em 2018, além de representar a segunda maior causa de mortes dentre os tumores

– A partir de qual idade é recomendado fazer o exame?
MVS: Recomenda-se iniciar a realização do rastreio do câncer de próstata a partir dos 50 anos para todos os homens com coleta do PSA e realização de toque retal. Nos homens com história familiar, parentes de primeiro grau acometidos pela doença, deve-se iniciar o rastreio aos 45 anos.

– Qual a periodicidade ideal para realizar o exame?
MVS: A Sociedade Brasileira de Urologia, recomenda o rastreio anual da doença.

– Por que os homens se cuidam menos em comparação com as mulheres?
MVS: De uma forma geral, trata-se de uma questão cultural, em que os homens não estão propensos a realizarem prevenção, diferentemente das mulheres, que são incentivadas após a menarca a iniciarem seguimento regular com o ginecologista.

– Há um percentual de quantos fazem a prevenção?
MVS: Dados americanos mostram que 30 a 40% dos homens acima de 50 anos são submetidos ao rastreio do câncer de próstata.

– Quantos homens morrem em decorrência de câncer de próstata no Brasil?
MVS: No ano de 2018, houve mais de 15 mil mortes decorrentes do câncer de próstata, correspondendo a segunda maior causa de óbito oncológico no público masculino.

– Quais as chances de cura se a doença for diagnosticada precocemente?
MVS: Nos estágios iniciais, quando a doença é localizada apenas na próstata, as chances de cura após tratamento são muito altas, com 90% dos pacientes apresentando-se livre de doença após 5 anos do tratamento inicial.

– Se diagnosticada precocemente, o tratamento é mais simples?
MVS: Sim. Nos estágios iniciais, há maior chance de necessitar de apenas uma modalidade de tratamento para atingir a cura, podendo ser o tratamento cirúrgico ou radioterápico.

– Existe algum estudo que compara quantos anos os homens com câncer de próstata vivem em relação às mulheres com câncer de mama?
MVS: A sobrevida global em 5 anos nos pacientes submetidos ao tratamento do câncer de próstata quando a doença encontra-se localizada é 98%, enquanto as pacientes tratadas portadoras de câncer de mama localizada apresentam uma sobrevida em 5 anos de 89%.

 

Se você ficou com alguma dúvida procure o seu urologista. Isso salva vidas.

 

*Graduado em Medicina pela Unifesp, Residência em Urologia pela Unifesp, Mestrado, Doutorado e Livre Docência, todos em Urologia pela Unifesp, Doutorado em Harvard e Pós-doutorado pelo Johns Hopkins (EUA).

 

 

 

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