Com uso de máscara para evitar Covid-19, cresce busca por procedimentos na parte superior da face
Parte superior da face – O maior interesse é de tratamento para olheiras, reposicionamento das sobrancelhas, flacidez e rugas
Embora você já tenha ouvido falar que as pessoas geralmente procuram cirurgias e tratamentos no inverno – e isso inclui procedimentos corporais e faciais – nossa nova realidade em meio ao coronavírus aparentemente está fazendo com que as pessoas tentem parecer melhor com seu mais novo acessório: a máscara facial. A imprensa americana já até aponta isso como uma tendência, tanto na escolha da maquiagem (que será mais carregada nos olhos) quanto ao fazer um procedimento estético na parte superior da face. O próprio contato mais intenso com as mídias sociais e as selfies têm feito muitas pessoas perceberem rugas na testa, flacidez nas pálpebras e outras alterações estéticas acima da máscara. Baseado nisso, consultamos cirurgiões plásticos, dermatologistas e angiologistas para explicar melhor os procedimentos acima da linha do nariz:
Blefaroplastia (flacidez das pálpebras) – Indicada para fins estéticos e também funcionais, visto que a flacidez excessiva das pálpebras pode atrapalhar a visão de algumas pessoas, a cirurgia de blefaroplastia tem como objetivo rejuvenescer a área periorbital através da retirada do excesso de pele e bolsas de gordura presentes nas pálpebras superiores e inferiores, com a possibilidade do reposicionamento dessas estruturas ou preenchimento de sulcos na região quando o médico julgar necessário. “Em alguns pacientes pode ser realizada também enxertia de gordura para preencher a perda dos tecidos locais, visto que o resultado da cirurgia se torna mais natural quando há certo volume de tecido ao redor dos olhos”, afirma o cirurgião-plástico Dr. Paolo Rubez, membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica. De acordo com o especialista, a recuperação do procedimento é tranquila e indolor, sendo que nos primeiros dias após a cirurgia o paciente pode apresentar inchaço e hematomas no local, sintomas que se resolvem dentro de algumas semanas e podem ser aliviados com a ajuda de repouso e compressas frias sobre os olhos. A recuperação é tranquila e leva, em média, uma a duas semanas, período em que o paciente deve permanecer em repouso, higienizar o local corretamente e evitar fazer exercícios físicos e fumar, diz o Dr. Paolo. O resultado definitivo é notado em torno de 3 a 6 meses.
Cirurgia de Castanhares (reposicionamento da sobrancelha) – O procedimento, indicado nos casos em que a grande questão é o reposicionamento e a forma da sobrancelha, é feito por meio da retirada de uma faixa de pele na região dos supercílios. “A técnica levanta as sobrancelhas e melhora a abertura dos olhos. O corte é feito rente à sobrancelha. É um procedimento rápido e o paciente volta para casa no mesmo dia. Por uma semana o local fica inchado e o corte avermelhado, mas a recuperação é rápida. O paciente não pode tomar sol por um mês, deve ficar duas semanas sem exercício físico e na primeira semana deve evitar trabalhar”, diz o Dr. Mário Farinazzo, cirurgião plástico membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica e Chefe do Setor de Rinologia da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP). Esse procedimento é mais realizado em pacientes acima dos 50 anos porque a cicatriz fica menos evidente que em pacientes muito jovens. “Outra limitação inclui pacientes com a sobrancelha muito fina”, diz o médico.
Lifting frontal (flacidez da testa) – Esse é um procedimento que visa o tratamento dos sinais da idade que surgem no terço superior da face. “Também conhecido como lifting de testa, esse procedimento cirúrgico tem como objetivo suavizar rugas e linhas de expressão e diminuir a flacidez na região da testa, além de elevar a posição das sobrancelhas, conferindo assim um aspecto mais jovem ao rosto”, explica a cirurgiã plástica Dra. Beatriz Lassance, membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica e da ISAPS (International Society of Aesthetic Plastic Surgery). O lifting frontal pode ser realizado de diferentes formas dependendo do grau de flacidez da região frontal, sendo que a técnica mais adequada será escolhida pelo cirurgião levando em consideração fatores como idade e qualidade da pele. “Quando não há necessidade de retirar pele, o procedimento pode ser feito com auxílio de endoscópio, instrumentos especiais com uma câmera na ponta que são inseridos na pele através de pequenos cortes no couro cabeludo, permitindo ao cirurgião reposicionar os músculos e puxar o tecido cutâneo para corrigir rugas e vincos com uma pequena quantidade de cortes, o que resulta em cicatrizes menores e menos visíveis”, afirma a médica. Existe hoje também uma nova técnica chamada de GBL, que consiste no descolamento da pele e reposicionamento do supercílio por meio de uma cicatriz muito pequena, dispensando assim o uso de equipamentos caros como o endoscópio. Já quando há necessidade de retirada da pele, em casos de pacientes com testa alta ou flacidez excessiva na região, o procedimento é realizado através de uma incisão próxima à raiz do cabelo que se torna quase imperceptível após um tempo. Na maior parte das vezes, o paciente já pode voltar para a casa logo após o procedimento. Porém, ele só poderá retornar as suas atividades rotineiras cerca de 10 dias depois da cirurgia, tempo necessário para que as incisões cicatrizem.
Surgical Derm (rugas na testa) – Conhecido como blefaroplasma, a novidade é um plasma endodérmico de baixa temperatura, um procedimento que consegue reduzir a área de flacidez (ptose palpebral), melhorando o campo de visão no caso da pálpebra superior, e diminuindo as bolsas e rugas na pálpebra inferior. “À medida que envelhecemos, a camada dérmica de nossa pele se afina, produzimos menos colágeno e perdemos elasticidade. Todos esses fatores produzem flacidez e enrugamento da pele. O plasma converte energia elétrica em estado gasoso e transmite esse gás energizado de uma forma sem contato para a superfície da pele. O primeiro resultado é a contração imediata do tecido”, explica a dermatologista Dra. Rossana Vasconcelos, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia. “Isso causa um microtrauma na camada epidérmica da pele (camadas superiores), enquanto simultaneamente aquece e perturba a estrutura dérmica mais profunda por meio de condução térmica. Este tratamento também ativa os fibroblastos, células mais comuns do tecido conjuntivo do corpo que produzem colágeno. Há, então um grande estímulo para remodelação das fibras de colágeno, o que rejuvenesce a pele”, acrescenta a Dra. Rossana Vasconcelos. O tratamento é realizado com aplicação tópica ou infiltrativa de anestético e são necessárias, no geral, duas a três sessões. O procedimento também melhora a textura da pele, tratando cicatrizes de acne e linhas.
Laser Vektra QS (olheiras) – Para tratar as olheiras e manchas na testa, a tecnologia do laser Vektra QS emite uma alta fluência com uma duração de pulso muito curta. “Ou seja, o dispositivo entrega uma alta energia em curtíssimo espaço de tempo. Como essa duração é menor que o tempo de relaxamento térmico do pigmento melanina, o laser consegue destruir o pigmento em micropartículas, o que facilita a eliminação pelo organismo”, explica o dermatologista Dr. Luis Henrique Moura, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia. O tratamento é indolor e o número de sessões varia entre três e seis sessões, dependendo da gravidade do quadro.
Laser ND Yag (veias no rosto) – Perfeito para eliminar vasinhos que surgem no rosto, principalmente na testa, o laser Nd Yag 1064 é o que existe de mais específico para tratamento de lesões vasculares, segundo a cirurgiã vascular e angiologista Dra. Aline Lamaita, membro da Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgiã Vascular. Com bons resultados, segundo a médica, a indicação é de, em média, uma a cinco sessões (dependendo do tipo de lesão) com grande nível de segurança, já que a dor é amenizada com uso de aparelhos resfriadores de pele. “Quanto aos cuidados antes e depois do tratamento, não se deve aplicar cremes ou maquiagem no rosto no dia (para evitar interação com laser e evitar queimaduras), usar protetor solar com fator 50 ou 60 e, em casos raros, especialmente para peles mais sensíveis, usar pomadas à base de corticoide”, finaliza.
Matéria originalmente publicada no Site Viva Saúde Digital: https://bit.ly/2QzYzwb