‘Ar viciado’ na máscara pode causar mal-estar e tontura durante prática de atividade física
Mídia

‘Ar viciado’ na máscara pode causar mal-estar e tontura durante prática de atividade física

Máscara e atividades físicas – Prática de atividade física durante a pandemia é uma excelente maneira de manter a saúde em dia enquanto controlamos o estresse causado por esse momento. Mas é importante maneirar na intensidade dos exercícios, pois a máscara pode atrapalhar respiração e causar problemas.

São Paulo – A prática regular de exercícios físicos foi adotada por grande parte das pessoas durante a pandemia, afinal, é uma ótima maneira de controlar o estresse e ansiedade comuns desse período, além de trazer uma série de outros benefícios para o organismo, incluindo correção da postura corporal, redução de gordura, tonificação dos músculos e melhora do sistema respiratório e cardiovascular. E agora, com as academias e outros espaços destinados para esse fim voltando a funcionar, cada vez mais pessoas têm buscado a atividade física como uma válvula de escape.

O problema é que as máscaras, cujo uso é indispensável para evitar a transmissão e contágio pelo Coronavírus, podem ser um verdadeiro empecilho para os praticantes de exercícios físicos. “Os exercícios físicos são extremamente benéficos nesse momento, mas é necessário tomar cuidado redobrado ao realizá-los enquanto usamos máscaras, pois o ar viciado dentro do equipamento, quando aliado à dificuldade de respiração adequada, pode causar mal-estar e tontura, aumentando assim o risco de acidentes”, explica a cirurgiã vascular Dra. Aline Lamaita, membro da Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia.

É claro que deixar de usar as máscaras de proteção está longe de ser uma opção. Por isso, o recomendado é que seja dada preferência para a realização de treinos e atividades dentro de casa, onde você não precisa fazer uso de máscaras. “Pular corda no quintal, por exemplo, é uma excelente opção de exercício aeróbico. Os exercícios isométricos, como pilates e yoga, também são interessantes. Já para idosos, gestantes e crianças, o ideal é apostar nos exercícios de baixo impacto. Nesses casos, podemos fazer elevação lateral e frontal dos braços (para ombros) ou aquela bicicleta imaginária com as costas totalmente apoiadas no chão”, diz cirurgião plástico Dr. Mário Farinazzo, membro Titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica. Para pensar em exercícios, você pode contar com a ajuda de aplicativos que ensinam uma série de movimentos ou então com o acompanhamento online de um treinador especializado. No geral, a recomendação é que se realize pelo menos 15 minutos de atividade física diariamente para evitar complicações e conquistar benefícios.

Porém, para aquelas pessoas que não têm espaço para se exercitar em casa e preferem realizar atividades na academia ou ar livre, onde o uso das máscaras é indispensável, o cuidado deve ser redobrado. “Com a máscara, o ideal é que você pegue mais leve, realizando os exercícios com menos intensidade, sem chegar ao seu limite”, recomenda a Dra. Aline Lamaita. Em vez de correr, por exemplo, caminhe. Já na musculação, pegue menos peso. E claro, caso sinta qualquer tipo de mal-estar ou tontura devido ao ar viciado da máscara, interrompa a realização do exercício.

Outra opção interessante para quem quer ganhar ou manter a massa muscular sem sofrer com mal-estar devido ao uso da máscara é apostar nos equipamentos com a tecnologia HIFEM (High-Intensity Focused Electromagnetic), como o T Sculptor, que permite a realização sem esforço de um treino muito mais forte e pesado do que na academia para contribuir com o enrijecimento e fortalecimento muscular.  “O T Sculptor possui uma tecnologia não invasiva que, ao entrar em contato com a pele, gera um campo eletromagnético focado de alta intensidade capaz de estimular o músculo por meio de contrações contínuas e intensas. São realizadas até 36 mil contrações em cada sessão de 30 minutos, proporcionando assim hipertrofia muscular com consequente aumento do volume da musculatura, redução de gordura devido a ampliação do gasto calórico e, dependendo do protocolo realizado, até mesmo aumento da força muscular”, explica a dermatologista Dra. Rossana Vasconcelos, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia.

Porém, o mais recomendado é realmente evitar deixar o isolamento sem necessidade, seja para realizar exercícios físicos ou qualquer outra atividade, afinal, o mal-estar durante a atividade física não é o único problema causado pelo uso frequente das máscaras. “A utilização constante das máscaras de proteção pode, por exemplo, levar ao surgimento de dermatite de contato, tanto irritativa, quanto alérgica, devido aos materiais da máscara e a pressão exercida pelo equipamento sobre a pele. Em casos de usos mais constantes, é ainda possível observar o aparecimento de secura, vermelhidão, descamação, infecções secundárias e maceração na pele, o que pode causar também o agravamento de algumas doenças pré-existentes, como a dermatite atópica, rosácea, psoríase e dermatite seborreica. O surgimento e agravamento de quadros de acne também são uma preocupação, visto que, além do ressecamento, as máscaras também podem causar a obstrução dos poros”, alerta a dermatologista Dra. Paola Pomerantzeff, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia.

É claro que, mesmo ao notar o surgimento desses sinais, você não deve abandonar o uso da máscara ao sair, mas sim consultar um dermatologista, que, após realizar uma avaliação, poderá recomendar o tratamento mais adequado para cada caso. Mas é possível também tomar alguns cuidados para evitar o problema. “Se você pode manter o isolamento reduzindo a necessidade do uso da máscara de proteção, melhor para sua pele. Além disso, é importante também apostar na realização diária de uma rotina de cuidados da pele, com limpeza adequada, tônico calmante, hidratação e fotoproteção, para manter intacta a barreira responsável por proteger o tecido cutâneo e assim evitar o surgimento de irritações, ressecamento, acne e outras doenças. Caso você esteja utilizando máscaras de tecido, é interessante também optar por aquelas feitas de algodão, que permitem que a respiração seja adequada e diminuem a irritação do tecido, e sempre lavar o equipamento após utilizá-lo”, finaliza a Dra. Paola Pomerantzeff.

FONTE:

*DR. MÁRIO FARINAZZO – Cirurgião plástico, membro Titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP) e Chefe do Setor de Rinologia da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP). Formado em Medicina pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), o médico é especialista em Cirurgia Geral e Cirurgia Plástica pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), Professor de Trauma da Face e Rinoplastia da UNIFESP e Cirurgião Instrutor do Dallas Rinoplasthy™ e Dallas Cosmetic Surgery and Medicine™ Annual Meetings. Foi coordenador da equipe de Cirurgia Plástica do Hospital Municipal Arthur Ribeiro de Saboya-SP até junho 2019 e opera nos Hospitais Sírio, Einstein, São Luiz, Oswaldo Cruz, entre outros. www.mariofarinazzo.com.br

Matéria originalmente publicada no Site Viva Saúde Digital: https://bit.ly/3fnPn8f

Você tem alguma dúvida?

Estamos aqui para conversar e auxiliar nas suas escolhas.

Entre em Contato