Cirurgião plástico explica tudo sobre rinoplastia
A trajetória da cirurgia plástica está diretamente ligada a rinoplastia. Os primeiros registros sobre a operação do nariz surgiram aproximadamente 2200 anos a. C., no Egito e na Índia. Por ser considerado um ícone de beleza e hombridade, a civilização daquela época costumava castigar os inimigos por meio da amputação do órgão. Esposas também eram vítimas da violência, em casos de adultério.
Por questões religiosas, a prática médica ficou impedida por um longo período e voltou a evoluir apenas em meados do século XV. O alemão Heinrich Von Pfolspeundt popularizou o procedimento na Europa no século XVIII. Na ocasião, o médico operou os combatentes que haviam sofrido lesões. Ele fazia reconstrução completa do nariz com a pele excedente do braço.
No começo do século XX, Jacques Joseph aprimorou a técnica e a aproximou da atual. Os procedimentos eram realizados na parte interior do nariz, ou seja, cicatrizes não eram mais visíveis. Essa evolução fez com que mais pessoas se interessassem pela cirurgia. O americano George Peck também figurou entre os pioneiros do segmento. O especialista em rinoplastia foi o responsável pela técnica de aumento nasal com acréscimo de cartilagem.
Atualmente, a rinoplastia está entre as cirurgias plásticas mais requisitadas do Brasil. Segundo a Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, SBCP, a procura aumentou 40% entre os anos de 2011 e 2013, sendo que aproximadamente metade das solicitações são requeridas pelo público feminino e a outra pelo masculino.
Como é realizada a rinoplastia?
A cirurgia tem o objetivo de corrigir questões funcionais (desvio de septo, hipertrofia das conchas nasais e insuficiências de válvulas) e estéticas. A partir da queixa do paciente, do exame físico e de exames complementares o cirurgião plástico determina quais serão os procedimentos realizados.
Nas operações que envolvem aspectos funcionais de maior complexidade é importante realizar uma avaliação com um médico otorrinolaringologista. Nesses casos é importante programar uma cirurgia conjunta, pois este profissional pode utilizar técnicas específicas que, nem sempre, fazem parte da rotina do cirurgião plástico.
Quando o motivo da cirurgia é apenas relativo à beleza é muito importante uma análise minuciosa da face do paciente para obedecer algumas proporções. Para isso, podem ser utilizados alguns guias, mas a principal referência é o senso estético do especialista. Uma rinoplastia bem realizada é quase imperceptível. Observadores eventuais, como parentes e amigos percebem uma mudança, mas não conseguem especificar o motivo.
A consulta com o médico antes da operação é fundamental. É nesse momento que são definidos todos os detalhes, como expectativas, dúvidas, exames, avaliação, tipo de anestesia e cuidados pré e pós cirurgia.
O período de duração da cirurgia pode variar entre 2 e 7 horas e a alta hospitalar pode ocorrer no mesmo dia ou na manhã seguinte. A anestesia pode ser geral ou local com sedação.
O nariz é um órgão muito peculiar e suas características variam de pessoa para pessoa. Portanto, a cirurgia é realizada de forma diferente em cada paciente. As técnicas utilizadas na rinoplastia são: aberta, fechada e estruturada. A última é aplicada apenas em casos de intervenções secundárias.
Rinoplastia aberta: Para efetuar esta técnica o cirurgião plástico faz uma pequena incisão na parte inferior da columela (parede entre as narinas) e também internamente. O método permite uma visão mais ampla, o que facilita a alteração do formato nasal com mais precisão e controle. O profissional disseca a pele do osso nasal para expor a estrutura do nariz e realizar os ajustes desejados.
Após o término da operação as incisões são fechadas com fios absorvíveis e, em alguns casos, splints nasais são utilizados internamente para sustentar as vias aéreas durante o período de cicatrização. Na parte externa, steri strips são aplicados também. Se algum osso tiver que ser quebrado durante a cirurgia será necessário colocar bandagens e splits para ajustar a nova estrutura óssea.
Pacientes que desejam diminuir o nariz ou com algum problema advindo de uma primeira rinoplastia tem grandes chances de serem submetidos a esse procedimento.
Pelo fato do deslocamento da pele ser feito a partir de um pequeno corte externo, é possível que fique uma leve marca, quase imperceptível com o tempo. Além disso, o inchaço pode ser mais prolongado, principalmente na ponta nasal.
Rinoplastia fechada: A incisão é feita na parte interna (vestíbulo nasal) por uma ou ambas as narinas. Com a ajuda de pequenos utensílios cirúrgicos, o profissional faz as alterações necessárias. O método é considerado menos invasivo por ter um deslocamento menor de pele e consequentemente, um pós-operatório mais ameno. Porém, a visão do especialista é mais restrita.
O processo de fechamento e sustentação para a cicatrização são os mesmos utilizados pela técnica aberta.
O pós-cirúrgico e os resultados da rinoplastia
O processo de recuperação varia bastante. Alguns pacientes levam um tempo maior, dependendo do tipo de alteração realizada. Porém, outros não chegam a ter grandes edemas. Nos primeiros dias é normal acontecer pequenos sangramentos e um certo incomodo para respirar.
Veja alguns cuidados para amenizar o desconforto pós-rinoplastia:
- Repouso por uma semana;
- Compressas frias na região da face;
- Alimentação pastosa e com pouco sal nos primeiros dias;
- Uso de descongestionantes devidamente receitados pelo médico responsável;
- Óculos apenas após liberação;
- Uso de filtro solar.
O resultado final da cirurgia pode demorar até quatro anos, principalmente na região da ponta nasal – a última a adquirir uma forma definitiva – mas as mudanças já são visíveis no primeiro mês.
Como escolher um rinoplasta?
Muitas pessoas levam em consideração apenas indicações de um bom cirurgião plastico. É muito importante ter referências, mas é fundamental averiguar se o profissional é membro afiliado da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, SBCP.
É imprescindível ressaltar que a rinoplastia deve ser feita em hospitais e na presença de um anestesista. Realizar o procedimento em clínicas e consultórios aumenta o risco da operação e do resultado. Atualmente, a nossa legislação não obriga que o médico tenha aperfeiçoamento em cirurgia plástica para atuar na área. Ou seja, muitos se apresentam como especialistas, cobram preços que aparentam ser mais tentadores e colocam a vida de muitos desavisados em risco.
Por isso fique atento a formação e conhecimentos do seu cirurgião plástico.