Cirurgias plásticas na adolescência
O desejo de se encaixar nos padrões estéticos faz com que muitos jovens anseiem por realizar cirurgias plásticas antes de atingirem a maioridade.
Entretanto, devido às transformações do período, tanto físicas quanto emocionais, muitos pais se questionam se devem apoiar os filhos nessa decisão.
A procura por um cirurgião plástico de confiança é o primeiro passo para que o caso seja analisado por um especialista que poderá esclarecer as dúvidas tanto dos pais quanto dos adolescentes.
Inicialmente, é importante avaliar o que motivou o desejo pela cirurgia plástica. Aproximadamente 60% dos jovens são motivados por fatores estéticos, enquanto 40% esperam resolver problemas funcionais.
Há situações nas quais algumas condições físicas geram dores, como excesso de mamas em meninas, e a ginecomastia em meninos.
Considerando tanto as motivações estéticas quanto as funcionais, o número de cirurgias plásticas entre adolescentes aumentou 141% entre 2008 e 2012, saltando de 37.740 procedimentos anuais para 91.100, segundo a Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP). As intervenções mais procuradas entre os jovens nessa faixa etária são:
Quando o adolescente pode realizar cirurgia plástica?
A cirurgia plástica na adolescência deve ser avaliada por um cirurgião plástico que, além de esclarecer as dúvidas sobre o procedimento, irá avaliar qual a principal motivação do jovem para realização da intervenção.
Em alguns casos, o profissional pode indicar que seja iniciado um acompanhamento psicológico, visando não expor o jovem a uma cirurgia desnecessária para o momento.
Alguns procedimentos como a otoplastia e a rinoplastia estão entre os mais procurados pelos jovens, pois estão muito relacionados a casos de bullying.
Nessas situações, o especialista pode indicar a cirurgia, evitando que o adolescente seja continuamente exposto a uma condição social de vulnerabilidade que pode acarretar isolamento, baixa autoestima e depressão.
Não há uma predefinição de qual idade é a mais indicada para a realização de uma intervenção estética, sendo importante avaliar as particularidades de cada caso.
A condição emocional do adolescente deve ser atentamente observada, tanto pelo profissional como pelos pais, pois pode indicar a existência de um Transtorno Dismórfico Corporal (TDC), caracterizado pelo excesso de preocupação com a aparência.
A atenção aos sinais apresentados também é importante, pois, na fase pré-adulta, é comum que o jovem mude com frequência as preferências e também preocupações, focando em partes diferentes do corpo, conforme o momento, nas tendências entre o grupo de amigos e influências externas.
Em alguns casos, o cirurgião plástico pode conversar com os pais, para que eles dialoguem com o adolescente e convença-o a aguardar um outro momento para a realização do procedimento.
Quais procedimentos podem ser realizados na adolescência?
Apenas uma avaliação de um cirurgião plástico poderá indicar a necessidade imediata ou não de realizar uma intervenção estética. Algumas cirurgias são feitas com mais frequência nos adolescentes.
A lipoaspiração, por exemplo, é indicada apenas para pessoas em idade adulta, não havendo necessidade de realizar tal procedimento ainda na adolescência.
Já a rinoplastia e a redução das mamas são cirurgias que podem ser realizadas entre 16 e 18 anos, de acordo com a situação e com o desenvolvimento físico do jovem.
A otoplastia, por sua vez, é um procedimento que pode ser realizado ainda na infância, pois as estruturas do pavilhão auricular já estão plenamente desenvolvidas a partir dos sete anos, n maioria das pessoas.
Independentemente do procedimento a ser realizado, é importante que o paciente que será submetido a uma cirurgia plástica mantenha as expectativas realistas, sabendo quais resultados podem ser obtidos.
Esse aspecto pode ser mais difícil para os jovens, que ainda não desenvolveram uma completa maturidade. Nessa faixa etária, o apoio familiar e diálogo honesto com os pais e com o profissional responsável pelo caso são imprescindíveis para garantir um resultado satisfatório.
Mesmo com tantas particularidades, a realização de cirurgias plásticas na adolescência pode ocorrer de forma segura e consciente, no entanto, deve existir uma relação de confiança entre o jovem, os pais e o cirurgião plástico escolhido.