Gordura localizada: por que exercícios podem não ser suficientes para eliminá-la?
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Gordura localizada: por que exercícios podem não ser suficientes para eliminá-la?

Áreas como braços, flancos e coxas tendem a apresentar gorduras localizadas e difíceis de serem queimadas apenas com alimentação e exercícios físicos; Time de especialistas explica o motivo

Confira a matéria da Revista Viva Saúde em colaboração com o Dr. Mário Farinazzo

Manter a forma e o contorno corporal não é uma tarefa fácil, exigindo a adoção de um estilo de vida saudável, com alimentação balanceada e prática regular de exercícios. Mas, mesmo com a realização regrada desses hábitos, ainda é possível observar algumas gordurinhas resistentes e difíceis de serem eliminadas, principalmente em locais como braços, flancos, coxas e quadril, o que é popularmente conhecido como gordura localizada.

“Apesar de oferecer menos risco a saúde do que a gordura visceral, que possui um comportamento metabólico e hormonal capaz de aumentar o perfil inflamatório do organismo, reduzir a sensibilidade à insulina e elevar a pressão arterial, a gordura localizada ou gordura subcutânea é mais difícil de ser queimada por ser uma gordura mais fria, apresentando células adiposas com menos mitocôndrias e, consequentemente, com menor energia e maior dificuldade para gastar os ácidos graxos. Além disso, a gordura localizada possui um fator genético, o que também faz com que sua eliminação seja mais difícil”, explica a médica nutróloga Dra. Marcella Garcez, diretora e professora da Associação Brasileira de Nutrologia (ABRAN).

ALIMENTAÇÃO E EXERCÍCIOS AJUDAM A REDUZIR GORDURA LOCALIZADA EM CERTOS LOCAIS

É claro que, com o devido acompanhamento, a alimentação e exercícios podem até ajudar a reduzir a gordura localizada em certos locais. Alguns alimentos específicos, inclusive, podem contribuir para acelerar esse processo, como é o caso dos termogênicos, que incluem pimentas, gengibre, canela, café e chá verde. “Isso porque esses alimentos aumentam discretamente a termogênese, acelerando o metabolismo e melhorando o processo digestivo. Mas não pode haver a ilusão de que esses alimentos irão ‘derreter’ a gordura, pois isso não acontece”, diz a nutróloga.

Logo, para quem realmente quer se ver livre das gordurinhas localizadas de uma vez por todas, o ideal é combinar o estilo de vida saudável à realização de procedimentos estéticos. E, nesse sentido, as opções são diversas. Um dos tratamentos mais consagrados para esse fim, por exemplo, é a criolipólise. “Ideal para tratar gordura localizada nos flancos, coxas, abdômen e glúteos, a criolipólise é um método não invasivo que utiliza o frio para congelar as células de gordura, que são muito mais sensíveis às baixas temperaturas do que os tecidos ao redor e as camadas da pele subjacentes. Como resultado, após a sessão, essas células de gordura que sofreram apoptose, ou seja, autodestruição por terem sido submetidas ao congelamento focado, são progressivamente eliminados pelo organismo, com redução de medidas e melhora do contorno corporal. Os resultados, que costumam ser uma redução de até 25% da camada de gordura da região tratada, são alcançados em até dois meses”, destaca o cirurgião plástico Dr. Paolo Rubez, membro titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica.

ALTERNATIVAS E TRATAMENTOS PARA QUEIMAR A GORDURA DO CORPO

Já quem deseja queimar a gordura, mas quer aproveitar também para tonificar os músculos pode optar pelos tratamentos baseados na tecnologia HIFEM (High-Intensity Focused Electromagnetic), como o T Sculptor, que permite ao paciente fazer um treino muito mais forte e pesado do que ele conseguiria na academia. “A tecnologia não invasiva, ao entrar em contato com a pele, gera um campo eletromagnético focado de alta intensidade capaz de estimular o músculo por meio de contrações contínuas e intensas. São realizadas até 36 mil contrações em cada sessão de 30 minutos, proporcionando assim hipertrofia muscular com consequente aumento do volume da musculatura, redução de gordura devido a ampliação do gasto calórico e, dependendo do protocolo realizado, até mesmo aumento da força muscular”, afirma o dermatologista Dr. Abdo Salomão Jr., membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia. De forma geral, os estudos mostram 19% de redução de gordura e 16% de aumento de massa magra com o tratamento.

Lipoaspiração ainda é opção?

Por fim, é possível optar também pela lipoaspiração, que, apesar de causar certo receio em algumas pessoas devido a sua ação mais invasiva, é ideal para a remoção de maiores quantidades de gordura. Além disso, o que poucos sabem é que a gordura retirada por meio da lipoaspiração pode ser reutilizada para diversas finalidades. “A gordura, depois de ser retirada e tratada, pode ser, por exemplo, reaplicada na face para repor volume e rejuvenescer a pele através do procedimento conhecido como lipoenxertia, que é um dos melhores métodos para devolver harmonia e firmeza ao rosto. Mas a gordura também pode ser aplicada em pontos estratégicos para melhorar o brilho e qualidade da pele. A vantagem é que, além de não causar rejeição por ser retirada do próprio paciente, a gordura confere resultados mais naturais e quase permanentes já que cerca da metade do que foi enxertado se integrará definitivamente ao tecido. Além disso, ela é rica em células-tronco que melhoram a qualidade e o aspecto da pele”, explica o cirurgião plástico Dr. Mário Farinazzo, membro Titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP).

Seios, mãos e coxas são outras áreas que podem ser rejuvenescidas e volumizadas através da injeção de gordura, que pode ser utilizada até mesmo para reduzir as dores da enxaqueca. “Vários benefícios dos tratamentos com enxerto de gordura já foram publicados – e muitos deles para a dor. Um estudo, de março de 2019 (Therapeutic Role of Fat Injection in the Treatment of Recalcitrant Migraine Headaches), publicado no Plastic and Reconstructive Surgery Journal, concluiu que os sintomas da enxaqueca foram reduzidos com sucesso na maioria dos casos com injeção de gordura. O tratamento foi realizado em pacientes que persistiam com alguma dor após a cirurgia de descompressão de nervos. Diferentes moléculas secretadas por células-tronco do tecido adiposo apresentam um efeito anti-inflamatório, melhorando a regeneração dos nervos, levando ao sucesso do resultado clínico. A dor foi melhorada em 7 de 9 pacientes no seguimento de 3 meses, segundo estudos”, completa o Dr Paolo Rubez, que ainda ressalta que a lipoenxertia tem se mostrado minimamente invasiva com poucos riscos, de fácil execução, além de um procedimento seguro, tolerável e eficaz.

Matéria originalmente publicada no Site da Revista Viva Saúde: https://vivasaudedigital.com.br/bem-estar/gordura-localizada-por-que-exercicios-podem-nao-ser-suficientes-para-elimina-la.phtml

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