A queda do nariz fino e arrebitado como padrão e anseio geral: tendência agora é a naturalidade
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A queda do nariz fino e arrebitado como padrão e anseio geral: tendência agora é a naturalidade

Muita coisa mudou em 10 anos. Há algum tempo, era muito fácil identificar um paciente de rinoplastia, pois os resultados eram padrões, mas nem sempre harmônicos. Ou seja, as alterações eram chocantes. Agora, os resultados da cirurgia de nariz estão cada vez mais refinados e naturais

Há cerca de uma década, ter um nariz mais largo, com saliência pronunciada e uma ponta mais grossa era visto como um problema cuja “solução” apontava para dois caminhos: a autoaceitação ou a mudança radical através de uma cirurgia plástica. As projeções de como o nariz ficaria depois de uma rinoplastia mostravam uma mudança sempre muito chocante. Tudo isso porque existia um padrão: o nariz pós-cirúrgico era fino e arrebitado. “Mas ultimamente muita coisa mudou: as técnicas evoluíram, os resultados estão mais naturais, personalizados e harmônicos, buscando uma alteração ligeira, mas ao mesmo tempo significativa no conjunto da harmonia da face”, afirma o cirurgião plástico Dr. Mário Farinazzo, cirurgião plástico membro Titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP). “Os resultados estéticos são tão naturais que após a cirurgia, o paciente se sente melhor, mas não é fácil perceber que ele passou por um procedimento cirúrgico invasivo”, completa o médico.

Realmente já se foi a era do nariz fino e arrebitado. Os médicos cirurgiões-plásticos de hoje estão abordando as rinoplastias com uma abordagem mais artística e individualizada, usando novas técnicas cirúrgicas e não cirúrgicas para refinar em vez de renovar uma das características mais proeminentes do rosto. “Aprendemos a fazer rinoplastia de uma certa maneira, mas agora isso é muito menos matemático. É realmente uma questão de passar tempo conversando com o paciente e descobrir o que ele está procurando para optar pela maneira mais harmônica possível”, diz o médico.

Essa tendência de enterrar de vez o nariz padrão fino e arrebitado surgiu como contraponto a um estigma cada vez mais demarcado: o paciente cirúrgico de rinoplastia. “Há alguns anos, era muito fácil perceber que alguém tinha feito rinoplastia, pois existia um nariz padrão delicado e com ponta comprida”, diz o cirurgião. Essa mudança nos padrões da cirurgia também ajudou a tornar a rinoplastia mais popular do que nunca. “Os pacientes não querem mudanças abruptas. Eles buscam a naturalidade, pois querem que os amigos e seguidores das redes sociais percebam que estão melhores, mas não notem mudanças muito expressivas, como se fossem outras pessoas”, diz o cirurgião plástico.

Os pacientes relatam maior confiança após o procedimento, mesmo não parecendo drasticamente diferente. Na última década, os médicos abandonaram as chamadas técnicas de rinoplastia redutora em favor de uma nova abordagem “estrutural”. Em vez de quebrar o nariz e, em seguida, cortar e remover cartilagem e osso para remodelar o nariz e torná-lo menor, os cirurgiões agora retrabalham (mas não removem) a cartilagem em um esforço para construir um nariz estruturalmente mais sólido que não vai entrar em colapso com o passar dos anos.

Mais recentemente, surgiu até uma técnica chamada de Rinoplastia preservadora. Essa nova técnica cirúrgica traz excelentes resultados de forma menos invasiva, com menos inchaço e hematomas, além de tempo de recuperação reduzido. “A rinoplastia preservadora tem como objetivo corrigir problemas estéticos e funcionais do nariz de maneira menos agressiva que a rinoplastia estruturada, técnica tradicional que, apesar de trazer bons resultados a longo prazo, exige longo período de recuperação e causa dificuldades caso seja necessária uma segunda intervenção”, explica o Dr. Mário Farinazzo, que trouxe a técnica de maneira pioneira ao Brasil. A cirurgia dura de 3 a 4 horas e é realizada sob efeito de anestesia geral, através de cortes internos, o que resulta em cicatrizes menos aparentes. “Por meio desses cortes internos, o cirurgião identifica e separa as estruturas chaves do nariz, moldando cartilagens e estruturas ósseas. A sustentação é feita através de ligamentos naturais presos à pele e, como resultado, o nariz fica com uma aparência mais natural e harmônica, além de preservar quase que completamente sua elasticidade e mobilidade originais. É principalmente nesse ponto que a rinoplastia preservadora se diferencia da rinoplastia estruturada, pois na técnica tradicional o nariz é completamente desmontado e ao ser remontado, o que é feito por meio de enxertos de cartilagem retirados do próprio septo, tende a se tornar mais rígido”, afirma. “Na rinoplastia preservadora há também menos chances de ocorrerem complicações e, caso seja necessária uma nova intervenção no nariz, a cirurgia é mais simples. Por esses motivos, a técnica é principalmente indicada para pacientes que vão realizar a rinoplastia pela primeira vez”, destaca.

Além de ser mais estruturalmente sólida, a nova e sutil plástica no nariz também reflete a evolução das normas sociais e dos padrões de beleza. As primeiras cirurgias no nariz foram realizadas em 1800, principalmente em pacientes que queriam parecer mais “brancos”. Hoje, muitos pacientes que buscam uma plástica no nariz não querem perder sua etnia.

Um estudo publicado recentemente no Aesthetic Medical Journal que usou um software de computador demonstrou que uma rinoplastia bem feita pode fazer um paciente parecer três anos mais jovem. “Muito pouco tem sido falado sobre o nariz e o envelhecimento, mas conforme envelhecemos, o nariz perde sua suavidade e arredondamento, o que pode ser melhorado com a cirurgia plástica mais natural”, diz o médico.

Mas é necessário ter muito cuidado na hora de escolher o cirurgião plástico que realizará a cirurgia. “É fundamental que o procedimento seja realizado por um cirurgião plástico especializado”, diz o médico. “E após os procedimentos, é necessário seguir a recomendação médica e incluir na rotina cuidados diários com a pele, com hidratação e fotoproteção, para evitar problemas com a cicatriz e facilitar o processo de recuperação”, finaliza.

FONTE: Matéria originalmente publicada na Revista Elites Saúde.

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