Coronavírus em 2021 – Quais são as perspectivas?
A pandemia de COVID-19 infelizmente não acabou e ainda devemos manter a atenção até que seja completamente seguro andar livremente sem máscaras. Ano passado, durante o pico da pandemia, comentamos as origens do vírus, sintomas, contágio e tratamentos, que você pode conferir aqui.
Agora, iremos atualizar e reforçar as informações sobre o assunto, pois algumas coisas mudaram e a desinformação sobre o assunto pode ser prejudicial.
Prevenção
O primeiro tópico que queremos reforçar é a prevenção, que se mostrou muito eficiente nas situações em que foram seguidas à risca, com países como a Nova Zelândia zerando completamente o número de casos.
Para uma prevenção adequada:
- Evite sair de casa desnecessariamente;
- Use sempre máscara de proteção;
- Lave as mãos regularmente;
- Caso não possa lavar as mãos, utilize o álcool gel;
- Caso precise sair, respeite a distância mínima de 1,5m.
- Evite aglomerações;
- Faça quarentena de 2 semanas caso apresente sintomas ou tenha contato com algum indivíduo infectado;
- Em caso de agravamento dos sintomas, busque atendimento e se possível notifique o local para que possam se preparar de maneira segura.
É compreensível a necessidade de contato social, no entanto, vivemos um momento delicado de saúde pública, e o contato interpessoal deve ser minimizado o máximo possível.
Tratamentos
Experiência
Uma das principais mudanças entre o início da pandemia e o momento atual é que a taxa de mortalidade diminuiu (o que não significa que podemos relaxar).
A revista científica Nature destacou em uma matéria que a razão para a redução de mortalidade não é nenhum remédio milagroso e sim a experiência que os médicos da linha de frente adquiriram na hora de tratar um paciente.
Medicamentos
Ainda não existem medicamentos com ação específica contra a COVID, porém, a utilização de corticoides tem se mostrado efetiva no tratamento de casos graves.
Tratamento precoce
Outro ponto muito alardeado na internet e nos grupos de Whatsapp é o “tratamento precoce”, no entanto, não existe nenhuma evidência científica da eficácia do tratamento precoce.
As medicações comumente recomendadas para o tratamento precoce não mostraram eficácia nos estudos:
Hidroxicloroquina – segundo o estudo “COALIZÃO I” realizado pela colaboração de diversos hospitais brasileiros, não houve diferença na melhora e nem na taxa de mortalidade entre o grupo medicado e o grupo de controle. No entanto, pacientes medicados com a hidroxicloroquina apresentaram alterações no eletrocardiograma que representam risco maior de arritmias e alterações em exames que podem representar lesão hepática (danos no fígado).
Azitromicina – para o antibiótico, dois grandes estudos foram publicados na revista científica “The Lancet”, o “RECOVERY” e o “COALIZÃO II”, com ambos chegando a resultados similares acerca da ineficácia do medicamento para o tratamento de COVID-19.
Ivermectina – no caso do vermífugo, a declaração veio direto da detentora original da patente do remédio, a farmacêutica alemã Merck, que comunicou não haver evidência científica sobre a eficácia do medicamento no tratamento de COVID-19.
Vacinas
Produzidas em tempo recorde graças à modernização das técnicas de produção e do conhecimento acumulado do trabalho com outras variantes da família Coronavírus (SARS e MERS, por exemplo), as vacinas são, possivelmente, a melhor forma de combater o Sars-COV2, vírus causador da COVID19.
Atualmente existem três tipos diferentes de vacinas:
- Vetor viral – produzida com uma versão modificada do vírus que não causa problemas ao organismo;
- RNA – utilizam uma parte do código genético do vírus;
- Vírus inativado – é utilizado o vírus real do Sars-COV2, porém, enfraquecido.
Dentre esses tipos, temos cinco vacinas diferentes produzidas e sendo utilizadas atualmente:
Ozford/Astra Zeneca
- Vetor viral;
- 2 doses;
- 70,4% de eficácia;
- Armazenamento de 6 a 8ºC.
Moderna
- RNA;
- 2 doses;
- 94,1% de eficácia;
- Armazenamento de -25 a -15ºC;
Pfizer – BioNTech
- RNA;
- 2 doses;
- 95% de eficácia;
- Armazenamento de -80 a -60ºC;
Gamaleya (Sputnik V)
- Vetor viral;
- 2 doses;
- 91,4% de eficácia (Dados ainda não revisados);
- Armazenamento -18,5º (Forma liquida) e 2 a 8ºC (Forma seca);
Sinovac (Coronavac)
- Vírus inativado;
- 2 doses;
- 50,4 a 78% (Dados ainda não revisados);
Além dessas, ainda há diversas outras vacinas em fase de testes que podem ser acompanhadas pelo tracker da Reuters, com informações completas sobre em qual fase a vacina está, eficiência e efeitos colaterais.
Eficácia das vacinas
Um ponto que tem sido debatido recentemente é o significado dos números de eficácia apresentados. Por isso, é importante entendê-los.
Vamos utilizar como exemplo a vacina que está sendo mais utilizada no Brasil atualmente, a Coronavac.
Ela apresentou um número de eficácia de 50,4%, o que significa que:
- Dentre um grupo de pessoas vacinadas de 4.653, apenas 85 foram infectadas, enquanto em um grupo com 4.599 não vacinados 167 pessoas foram infectadas. Ao comparar estes dois grupos, temos uma redução de 50,4%;
- Outro dado mostra que, no grupo de pessoas vacinadas apenas 7 tiveram sintomas leves, enquanto no grupo das pessoas não vacinadas 31 apresentaram sintomas, o que representa uma redução de 78% no grupo vacinado;
- E por fim, no grupo de vacinados não houve caso de internação, enquanto no grupo não vacinado ocorreram 7 casos graves, o que representa uma redução de 100% em relação ao grupo de não vacinados. Aqui, porém, o dado de pessoas com sintomas graves não teve relevância estatística, portanto não pôde ser atribuído à eficácia da vacina.
As reduções de casos totais e moderados representam o número de 50,4% a 78% de eficácia apresentado pela Sinovac. A eficácia de 100% em casos graves, infelizmente, ainda não pôde ser confirmada.
Segurança das vacinas
As vacinas contra a COVID19 têm se mostrado muito seguras, com alguns poucos casos efeitos colaterais moderados ou graves. Estatisticamente falando, o risco de sofrer alguma consequência pela vacinação contra a COVID-19 ainda é muito menor em relação ao risco de contrair a doença em si.
Eficácia contra novas variantes
Novas variantes do Sars-COV2 foram identificadas no Reino Unido e em Manaus, no Amazonas, o que rapidamente levantou a questão de se as vacinas que estão sendo produzidas atualmente seriam eficientes contra essas novas variantes do vírus, ou se veríamos uma nova pandemia surgir.
A Reuters divulgou que em Israel, país em que mais da metade da população (cerca de 3,5 milhões de pessoas) já tomou a vacina, foi confirmado eficácia similar, das vacinas aplicadas, contra as novas variantes.